Ásana significa literalmente “assento”. Originalmente, designava tanto o lugar para sentar
como a própria postura sentada, na qual se praticava e ainda se pratica a meditação.
Posteriormente, com o advento do Haṭha Yoga, esse termo ampliou sua significação, passando
a abranger o sentido de qualquer postura física.
Observando a literatura tradicional do Haṭha Yoga percebemos como, ao longo do tempo, os
āsanas vão progressivamente ganhando mais e mais relevância.
No Gorakṣa Pāddhati, antigo texto atribuído ao próprio Gorakṣanāṭha, criador do Haṭha
Yoga, mencionam-se os 84 āsanas fundamentais, mas eles não são listados nem descritos. No
entanto, o autor faz esta afirmação: “Existem tantas posturas quanto seres vivos na terra. [Só]
Maheśvara [Śiva] conhece todas. Das 840.000, mencionou-se uma para cada [10.000]. Assim,
criou Śiva 84 āsanas (pīṭhas) [para os yogins]”. (I:8-9).
Na Haṭhayoga Pradīpikā, que é posterior, figura uma lista de 15 posturas, com descrições
muito claras. Já na Gheraṇḍa Saṁhitā, que é ainda mais recente, aparece uma lista de 32
postura acompanhada da descrição de cada uma. A Śiva Saṃhitā, o texto mais recente e
elaborado dessa tetralogia do Haṭha menciona (e posteriormente descreve) apenas quatro
posturas, na seguinte passagem: “Existem 84 posturas diferentes. Destas, quatro deverão ser
adotadas, da seguinte forma: siddhāsana, padmāsana ugrāsana e svāstikāsana”. (III:84).
Hoje em dia testemunhamos um crescimento desmesurado na importância dada à prática
de āsanas, o que é feito em detrimento das demais práticas como meditação, mudrās e
prāṇāyāma sobre as quais, via de regra, as pessoas que praticam atualmente sabem pouco.
Essa ênfase quase exclusiva nas técnicas que envolvem o corpo acabou, infelizmente, por
empobrecer o Hatha Yoga.
Se nos mudrās e nos prāṇāyāmas dirigimos intencionalmente o fluxo da energia vital ao
longo de certos canais, na prática das posturas, que se faz antes dessas técnicas, simplesmente tomamos consciência da maneira em que essa energia flui naturalmente. Nesse sentido, a
prática de āsana é introdutória à de mudrās e prāṇāyāmas e, evidentemente, à meditação.
Praticar āsanas significa trabalhar conscientemente sobre nossos bloqueios e
condicionamentos. Assim, a prática de āsanas bem entendida facilita o caminho para a
liberdade, no sentido que limpa o corpo da identificação com as preferências e aversões do
ego. A sensação que se percebe ao praticar āsanas com a atitude correta é a mesma que se tem
quando saímos repentinamente à luz do dia, depois de haver ficado durante muito tempo no
escuro.
(Conteúdo extraído do site yoga.pro.br).
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Namastê
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